Guia de mentoria para jovens profissionais

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Jul 3, 2025 08:13 AM
A mentoria para jovens é muito mais do que um simples acompanhamento. É uma ferramenta poderosa que conecta profissionais experientes com talentos que estão começando sua jornada, como estagiários e trainees. Na prática, funciona como uma ponte entre o que se aprende na universidade e os desafios reais do mundo corporativo.
Para o jovem, é um atalho para o crescimento. Para a empresa, é uma forma inteligente de cultivar seus futuros líderes, acelerando o desenvolvimento de habilidades e ajudando a construir um networking valioso desde cedo.

O impacto real da mentoria para jovens na carreira

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Muitos jovens chegam ao primeiro emprego com um conhecimento técnico impecável, mas logo percebem que existe um abismo entre a teoria da faculdade e as expectativas do dia a dia. A falta de uma orientação prática e de uma rede de contatos inicial pode criar barreiras enormes, transformando os primeiros passos na carreira em um caminho cheio de incertezas.
Esse cenário é ainda mais preocupante no Brasil, que enfrenta um desafio social grave. O país é o segundo com a maior proporção de jovens entre 18 e 24 anos que não estudam nem trabalham. Estamos falando de 36% dos jovens brasileiros nessa situação, o que representa um risco imenso de exclusão. Aprofundando o dado, 52% desses jovens são mulheres e 66% são pretos e pardos, o que mostra a urgência de criar pontes para o mercado de trabalho. Você pode ver mais detalhes sobre este desafio social no levantamento da Agência Brasil.

Preenchendo a lacuna entre teoria e prática

É aqui que a mentoria para jovens entra como uma solução certeira. Um bom mentor não se limita a compartilhar conhecimento técnico; ele oferece contexto, ensina a "ler o ambiente" corporativo e a tomar decisões mais inteligentes. Ele é a pessoa que traduz a cultura da empresa e ajuda o jovem a entender as regras não escritas do jogo.
Imagine um estagiário de engenharia que domina um software, mas trava na hora de apresentar os resultados para um diretor. Um mentor pode ensaiar essa apresentação com ele, dar dicas de comunicação e, o mais importante, transmitir a confiança necessária para que ele brilhe.
A mentoria transforma potencial em performance. É o catalisador que acelera a curva de aprendizado e fornece a segurança emocional para que o jovem talento ouse, erre e cresça de forma estruturada.

Desenvolvimento de soft skills e capital social

Além da parte técnica, o sucesso profissional hoje depende muito das habilidades comportamentais, as famosas soft skills. Um programa de mentoria é um terreno fértil para desenvolver:
  • Comunicação eficaz: Aprender a se expressar com clareza em reuniões, e-mails e apresentações.
  • Inteligência emocional: Entender e gerenciar as próprias emoções e as dos colegas, o que é fundamental para o trabalho em equipe.
  • Resolução de conflitos: Saber lidar com divergências de opinião de forma construtiva.
  • Networking estratégico: Construir uma rede de relacionamentos profissionais que pode abrir portas no futuro.
Esse último ponto, o networking, é crucial. Um mentor apresenta seu mentorado a outros profissionais, ampliando seu círculo de contatos de forma qualificada. Essa rede, que chamamos de capital social, é um dos ativos mais valiosos que um jovem pode construir no início da carreira. Por isso, a mentoria não é um luxo, mas uma ferramenta estratégica para o sucesso.
Na prática, os desafios que um jovem profissional enfrenta podem ser diretamente resolvidos por um programa de mentoria bem estruturado. A tabela abaixo mostra como essa relação funciona.

Desafios do jovem profissional e a solução da mentoria

Uma comparação direta entre os obstáculos comuns que os jovens enfrentam e como um programa de mentoria atua de forma prática em cada um deles.
Desafio Comum do Jovem
Como a Mentoria Ajuda
Resultado Prático Esperado
Insegurança para tomar decisões
O mentor compartilha experiências passadas, acertos e erros, oferecendo um porto seguro para dúvidas.
Maior autonomia e confiança do jovem para resolver problemas de forma independente.
Dificuldade de navegar na cultura da empresa
O mentor atua como um "tradutor cultural", explicando dinâmicas de poder e comunicação interna.
Integração mais rápida e eficiente do jovem à equipe e à cultura organizacional.
Falta de uma rede de contatos (networking)
O mentor apresenta o mentorado a profissionais-chave dentro e fora da empresa.
Construção de uma rede de apoio e oportunidades, ampliando a visibilidade do jovem talento.
Gap entre conhecimento teórico e aplicação
O mentor propõe desafios práticos, revisa projetos e oferece feedback construtivo.
Aceleração do desenvolvimento de competências técnicas e comportamentais aplicadas ao negócio.
Como vimos, a mentoria ataca diretamente as dores do início de carreira, gerando resultados tangíveis tanto para o jovem quanto para a organização que investe nesse processo.

Tirando do papel um programa de mentoria que funciona

Para que uma iniciativa de mentoria para jovens realmente gere resultados, ela precisa ter uma boa estrutura e um propósito claro. Acreditar que as interações vão fluir sozinhas é um erro clássico; um programa de sucesso nasce de um planejamento cuidadoso e de objetivos bem definidos, que conversem diretamente com as metas da sua empresa.
Esqueça os planos genéricos. O verdadeiro segredo é fazer as perguntas certas antes mesmo de começar. O que a organização, de fato, espera alcançar com essa iniciativa? A resposta para essa pergunta será a bússola que vai guiar todas as suas decisões daqui para frente.

Alinhando as metas do programa com a estratégia da empresa

Todo programa de mentoria eficaz nasce de uma necessidade ou oportunidade de negócio. Definir objetivos claros não é só uma formalidade; é a garantia de que a liderança vai apoiar o projeto e de que ele trará um retorno visível sobre o investimento de tempo e recursos.
Pense um pouco nos desafios atuais da sua empresa. Talvez você esteja com dificuldade para reter talentos recém-formados ou percebeu que falta um pipeline de liderança sendo construído desde a base. A mentoria pode ser uma solução direta para ambos os cenários.
Alguns objetivos estratégicos que vejo com frequência são:
  • Reduzir a rotatividade (turnover) de estagiários e trainees: Um mentorado que se sente apoiado e conectado à cultura da empresa tem muito menos chances de ir embora. Programas bem estruturados podem melhorar as taxas de retenção em até 50% para os mentorados.
  • Acelerar a formação de futuras lideranças: Conectar jovens de alto potencial com líderes experientes é um atalho para o desenvolvimento de competências de gestão.
  • Aumentar o engajamento e a produtividade: Jovens que recebem orientação se sentem mais valorizados e, consequentemente, se tornam produtivos muito mais rápido.
  • Fortalecer a cultura organizacional: Os mentores agem como guardiões da cultura, transmitindo valores e comportamentos importantes de uma forma totalmente orgânica.
Com os objetivos em mãos, a estrutura do programa começa a ganhar forma. Se a meta principal é diminuir o turnover, por exemplo, faz sentido que o programa dure todo o período do estágio. Agora, se o foco é acelerar a prontidão para o próximo passo na carreira, um ciclo intensivo de seis meses pode ser mais adequado.
O ato de buscar orientação e desenvolvimento é um marco na jornada de qualquer jovem profissional.
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A imagem mostra bem esse momento em que um jovem profissional decide buscar uma mentoria, um passo crucial para o seu crescimento. É exatamente essa proatividade que um bom programa deve capturar e estruturar para gerar sucesso.

Definindo a estrutura e o público-alvo

Depois de saber o porquê, é hora de definir o como e para quem. A estrutura do programa precisa ser transparente para todos os envolvidos, alinhando as expectativas desde o primeiro dia.
As decisões mais importantes nesta fase são:
  • Duração do programa: Ciclos de 6 meses a 1 ano são os mais comuns. Programas mais curtos podem ser bem intensivos, enquanto os mais longos permitem um aprofundamento maior no relacionamento.
  • Frequência dos encontros: Recomendo, no mínimo, um encontro formal por mês. Contatos informais, como um café ou uma troca de mensagens rápida, devem acontecer com mais frequência.
  • Público-alvo: O programa será aberto para todos os estagiários? Apenas para trainees de uma área específica, como tecnologia? Delimitar o público ajuda a customizar o conteúdo e a escolher os mentores certos.
Um erro comum é criar um programa "tamanho único". A mentoria para jovens da área de tecnologia pode ter necessidades completamente diferentes da mentoria para a galera de marketing. Segmentar o público permite um direcionamento muito mais eficaz e com melhores resultados.

Criando um roteiro para o início da jornada

Os primeiros encontros são decisivos para o sucesso da relação de mentoria. É ali que o gelo é quebrado, a confiança começa a ser construída e as "regras do jogo" são estabelecidas. Oferecer um roteiro inicial ajuda a evitar aqueles silêncios constrangedores e garante que a conversa seja produtiva desde o início.
Um bom roteiro para a primeira sessão pode incluir:
  1. Quebra-gelo e apresentações pessoais: Incentive-os a ir além do crachá. Falar sobre hobbies, paixões e trajetória de vida cria conexão.
  1. Alinhamento de expectativas: O que o mentorado espera da mentoria? O que o mentor pode realisticamente oferecer? É crucial que ambos sejam transparentes aqui.
  1. Discussão sobre objetivos de carreira: Onde o jovem se vê em 1, 3 e 5 anos? Como a mentoria pode ser uma ponte para chegar lá?
  1. Definição dos primeiros passos: Termine a conversa com uma ação clara. Algo como "Na próxima sessão, vamos revisar seu plano de desenvolvimento individual" ou "Até nosso próximo encontro, pesquise sobre a habilidade X".
Esse planejamento inicial garante que tanto mentores quanto mentorados comecem a jornada com clareza, propósito e, principalmente, entusiasmo. Um bom começo é meio caminho andado para um programa de mentoria para jovens que realmente funciona.

Como encontrar e preparar os participantes ideais?

A força de um programa de mentoria para jovens está, sem sombra de dúvida, na qualidade dos seus participantes. É a química entre um mentor disposto a compartilhar conhecimento e um estagiário com sede de aprender que realmente faz a diferença. Por isso, a seleção e a preparação de ambos os lados não são apenas uma etapa, mas o pilar central de toda a iniciativa.
Essa busca vai muito além de analisar cargos ou currículos. O verdadeiro desafio é conectar pessoas que, genuinamente, podem transformar a jornada profissional uma da outra.

Identificando os mentores certos na sua empresa

Um erro clássico é pensar que os melhores mentores são sempre os executivos do alto escalão. Embora a experiência de liderança seja valiosa, o que realmente define um bom mentor são suas habilidades de comunicação e, acima de tudo, sua vontade de ensinar. Acredite, paciência e empatia muitas vezes superam anos de expertise técnica.
Quando for procurar mentores, olhe para além do organograma. Busque por profissionais que já demonstram:
  • Paixão por desenvolver pessoas: Aqueles que você vê naturalmente ensinando e vibrando com o crescimento dos colegas.
  • Inteligência emocional: A capacidade de ouvir com atenção, dar feedbacks construtivos e criar um ambiente seguro para trocas honestas.
  • Boa reputação interna: Pessoas que são respeitadas não só pela competência, mas pelo caráter e pela forma como tratam os outros.
Para encontrá-los, a melhor abordagem é conversar com gestores de diferentes áreas e pedir indicações. Depois, lance um convite interno explicando o propósito do programa e os benefícios de ser mentor, como desenvolver habilidades de liderança e deixar um legado. Você vai se surpreender com a quantidade de gente boa disposta a ajudar.

Selecionando mentorados com potencial e brilho no olho

Do outro lado, temos os jovens estagiários. Aqui, o critério não deve ser apenas o desempenho técnico ou as notas. O fator decisivo é o desejo de aprender e a proatividade. Um programa de mentoria só funciona de verdade para quem está buscando ativamente evoluir.
Um mentorado engajado, mesmo que com mais dificuldades técnicas, vai aproveitar mil vezes mais a oportunidade do que um jovem de alto desempenho que não vê valor na troca. O interesse genuíno é a chave de tudo.
Para selecionar os participantes ideais, crie um formulário de inscrição simples. Nele, faça perguntas que revelem as motivações e expectativas do candidato:
  1. "Quais são os 3 maiores desafios que você enfrenta hoje no seu desenvolvimento profissional?"
  1. "Onde você se vê na carreira daqui a dois anos e como uma mentoria poderia te ajudar a chegar lá?"
  1. "Que tipo de habilidades (técnicas ou comportamentais) você mais quer desenvolver neste momento?"
As respostas são ouro puro. Elas não só ajudam a identificar os jovens mais comprometidos, como também dão pistas valiosas para o próximo passo: a combinação das duplas.

O segredo do 'matching' perfeito

A combinação — ou matching — entre mentor e mentorado é onde a mágica acontece. Um bom match eleva exponencialmente as chances de sucesso do programa. O objetivo é criar duplas com sintonia, onde a comunicação flui e a confiança é construída com naturalidade.
Use as informações dos formulários para cruzar perfis. Combine mentores e mentorados não apenas por área, mas também por interesses, objetivos de carreira e até pelo perfil comportamental. Por exemplo, um estagiário mais introvertido pode se dar muito bem com um mentor de estilo mais acolhedor e paciente.
Depois de uma pré-seleção, uma conversa rápida entre você (organizador), o mentor e o mentorado pode ser uma ótima forma de validar a combinação. Essa etapa garante que ambos se sintam confortáveis antes de começar a jornada juntos.

A importância do evento de lançamento

Com as duplas formadas, é hora de dar o pontapé inicial oficial. Um evento de lançamento (kick-off) é fundamental para alinhar as expectativas e dar o tom certo para o programa de mentoria para jovens.
Este evento serve para:
  • Apresentar as duplas: Criar um momento formal para que todos se conheçam.
  • Definir as "regras do jogo": Esclarecer a frequência sugerida para os encontros, os canais de comunicação e as responsabilidades de cada um.
  • Reforçar a confidencialidade: Tudo o que for discutido na mentoria fica na mentoria. Deixar isso claro desde o início cria um espaço seguro para conversas vulneráveis e honestas.
  • Oferecer ferramentas e dicas: Compartilhe boas práticas para a primeira conversa, como modelos de perguntas e sugestões de temas para quebrar o gelo.
Esse encontro energiza os participantes e mostra que a empresa está investindo de verdade na iniciativa. É o momento de equipar todos com o necessário para que o programa comece com o pé direito, garantindo que a primeira conversa já seja produtiva e inspiradora.

Como manter a mentoria viva e engajada no dia a dia

Ótimo, o programa de mentoria já está no ar e as duplas foram formadas. Agora é que o trabalho começa de verdade. Manter a chama acesa, o foco e o engajamento de mentores e estagiários por vários meses exige bem mais do que boas intenções.
O segredo é transformar a mentoria numa jornada dinâmica, não apenas uma sequência de reuniões formais no calendário. Precisamos ir além das conversas e introduzir atividades que gerem aprendizado prático e, claro, fortaleçam o vínculo entre eles.

Dinamizando os encontros com atividades práticas

Uma boa mentoria não vive só de teoria. Para o jovem realmente absorver o conhecimento e pegar o jeito da empresa, é preciso tirá-lo da sala de reunião e colocá-lo para ver como as coisas acontecem na prática.
Que tal sugerir algumas atividades que conectem o papo com o trabalho real?
  • Job Shadowing: Incentive o mentor a convidar o estagiário para ser sua "sombra" por um dia. Participar de reuniões, observar como o mentor lida com os pepinos do dia a dia e interage com outras áreas é uma aula riquíssima sobre cultura e tomada de decisão.
  • Pequenos projetos em dupla: Dê um desafio real da área para eles resolverem juntos. Pode ser algo como analisar um processo e propor melhorias. É uma chance de ouro para o estagiário aplicar o que aprendeu, com a supervisão de quem já conhece o caminho das pedras.
  • Apresentações e simulações: Peça para o jovem preparar e apresentar um tema relevante para o mentor. Essa prática é fantástica para desenvolver a comunicação e a organização, além de ser um momento perfeito para o mentor dar feedbacks construtivos.
Essas atividades mudam a dinâmica da relação, deixando-a mais rica e com resultados que a gente consegue ver no desenvolvimento do jovem.

Facilitando a logística com as ferramentas certas

Ninguém gosta de burocracia, certo? A gestão de um programa de mentoria para jovens pode ficar bem mais simples com algumas ferramentas digitais. A tecnologia entra aqui como uma aliada para manter todo mundo conectado, organizado e engajado.
Pense num "kit de ferramentas" básico para apoiar as duplas:
  • Comunicação ágil: Crie canais no Slack ou no Microsoft Teams só para a mentoria. Fica muito mais fácil trocar mensagens rápidas, compartilhar um artigo interessante ou celebrar uma pequena vitória.
  • Calendários compartilhados: O básico que funciona. Incentive o uso de agendas digitais para marcar os encontros. Ter a reunião agendada com antecedência já mostra o compromisso dos dois lados.
  • Gestão de metas: Ferramentas como Trello ou Asana podem virar um quadro simples para a dupla definir metas, acompanhar o que já foi feito e listar os próximos passos.
Importante: essas ferramentas não substituem a conversa olho no olho. Elas servem para otimizar o tempo e a organização, liberando espaço para o que realmente importa: o desenvolvimento.
A melhor mentoria é aquela que se integra de forma natural à rotina, usando a tecnologia como uma ponte para fortalecer a conexão humana, e não para substituí-la.
Existem ótimas iniciativas de mentoria para jovens no Brasil que mostram como essa combinação de métodos e ferramentas gera um impacto real. Um exemplo interessante foi um programa que uniu técnicas de estudo, como o método Pomodoro e a pirâmide de aprendizagem de William Glasser, ao uso de aplicativos de foco. Com mentores de áreas superaquecidas, como engenharia e ciência de dados, os jovens tiveram um contato direto com profissionais que o mercado valoriza, abrindo a cabeça para novas carreiras. Você pode ver mais sobre os resultados promissores deste modelo de mentoria gratuita e suas estatísticas.

Promovendo o aprendizado que não para

Para o programa não perder o gás no meio do caminho, é fundamental nutrir a comunidade de mentores e mentorados com conteúdo e chances de troca. Isso mantém todo mundo alinhado e reforça o valor da iniciativa para a empresa.
Pense em organizar:
  1. Workshops temáticos: Ofereça sessões curtas (online ou presenciais) sobre temas que todo mundo quer saber, como "Como dar e receber feedback sem climão", "Inteligência emocional no trabalho" ou "Construindo sua marca pessoal".
  1. Rodas de conversa: Junte os mentores de vez em quando para que compartilhem desafios e o que está dando certo. Faça o mesmo com os mentorados. Esses encontros criam um sentimento de comunidade e sempre rendem boas ideias.
  1. Curadoria de conteúdo: Mande uma newsletter simples ou compartilhe no canal de comunicação artigos, vídeos ou podcasts sobre carreira e desenvolvimento. É um jeito fácil de manter o assunto em pauta.
Manter a mentoria viva é um trabalho contínuo, que envolve planejamento, um pouco de criatividade e uma gestão próxima. Ao oferecer estrutura, ferramentas e conteúdo relevante, você cria um ambiente fértil para o desenvolvimento profissional dos seus jovens talentos florescer de verdade.

Medindo os resultados que realmente importam

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Lançar um programa de mentoria para jovens é uma decisão estratégica, mas como saber se ele está realmente funcionando? Medir os resultados é fundamental. Não para criar burocracia, mas para entender o impacto real, justificar o investimento para a liderança e, o mais importante, saber como melhorar.
Afinal, o sucesso aqui vai muito além de um simples "gostei" no final. Ele precisa ser traduzido em dados que contem uma história convincente. A boa notícia é que você não precisa de sistemas mirabolantes. Com uma abordagem que mistura o quantitativo e o qualitativo, é possível ter uma visão clara e prática da eficácia do seu programa.

As métricas que contam a história certa

Para avaliar o sucesso, precisamos olhar para indicadores que refletem diretamente os objetivos do programa. O primeiro passo é deixar de lado as "métricas de vaidade", como o número de reuniões, e focar no que realmente importa.
Para medir o impacto da sua iniciativa de mentoria, sugiro focar em quatro pilares principais:
  • Retenção de talentos: Compare a taxa de permanência dos estagiários que participam da mentoria com a dos que não participam. Uma diferença positiva aqui é um dos argumentos mais fortes que você pode ter. Por exemplo, se a rotatividade geral de estagiários na sua empresa é de 20% e a dos mentorados cai para 5%, o ROI se torna evidente.
  • Velocidade de crescimento: Fique de olho em promoções, mudanças de nível ou na aquisição de novas responsabilidades. O jovem mentorado está sendo preparado para o próximo passo mais rápido? Esse dado mostra a aceleração de carreira na prática.
  • Aquisição de competências: Avalie o desenvolvimento de habilidades específicas, tanto as hard skills quanto as soft skills. Isso pode ser feito com autoavaliações simples e feedbacks dos gestores diretos dos mentorados.
  • Satisfação dos participantes: Meça o nível de engajamento e satisfação de mentores e mentorados. Um programa só se sustenta a longo prazo se as pessoas que participam dele enxergam valor na experiência.
Essas métricas, juntas, pintam um quadro completo. Elas mostram não apenas se os participantes estão felizes, mas se estão crescendo e, principalmente, ficando na empresa.

Como coletar feedback sem sobrecarregar ninguém

Vamos ser honestos: ninguém gosta de preencher formulários longos. A coleta de dados precisa ser leve e focada. A melhor estratégia é usar pesquisas curtas e direcionadas em momentos-chave do programa: no início, no meio e ao final do ciclo.
Uma ferramenta poderosa para medir a experiência é o Net Promoter Score (NPS). Uma pergunta simples como "Em uma escala de 0 a 10, o quanto você recomendaria o programa de mentoria a um colega?" já oferece um panorama rápido do sentimento geral.
Aqui está um exemplo de estrutura de feedback que costuma funcionar bem:
Momento do Feedback
Tipo de Perguntas
Foco Principal
Início (1º mês)
Sobre expectativas e conexão inicial.
Entender se a combinação da dupla funcionou e se os objetivos estão claros.
Meio (3º-4º mês)
Sobre progresso e desafios.
Identificar pontos de ajuste e garantir que o programa não perca o fôlego.
Final (6º mês)
Sobre resultados e impacto geral.
Coletar depoimentos e medir a percepção de crescimento e o valor da experiência.

Usando os dados para fazer o programa evoluir

Coletar dados só faz sentido se você os utiliza para tomar decisões. Os insights que você tira dos feedbacks são o seu mapa para ajustar o programa para os próximos ciclos e garantir que ele dure.
Este ciclo de medir e ajustar é ainda mais importante quando olhamos o cenário atual. A inserção de jovens no mercado de trabalho brasileiro é um desafio, com a taxa de desemprego na faixa de 18 a 24 anos chegando a 22,5%. A urgência aumenta com o alerta de que até 40% das funções de baixa qualificação podem ser automatizadas. Isso torna essencial a requalificação por meio de mentorias focadas em competências relevantes. Para entender mais sobre essas tendências, vale a pena explorar as informações sobre o impacto dos jovens no mercado de trabalho.
Ao analisar os resultados, procure por padrões. Se vários mentorados relatam dificuldade em desenvolver uma habilidade específica, talvez seja a hora de criar um workshop sobre o tema. Se a satisfação dos mentores está baixa, converse com eles para entender como tornar a experiência mais gratificante. É esse ciclo de ouvir, analisar e agir que transforma um bom programa em um programa excepcional.

Dúvidas frequentes sobre mentoria para jovens

Mesmo com um passo a passo detalhado, é normal que algumas perguntas apareçam na hora de tirar o programa de mentoria para jovens do papel. Para resolver isso, reunimos aqui as dúvidas mais comuns que escutamos de gestores e líderes de RH.
O objetivo é que esta seção funcione como um guia de consulta rápida, com respostas diretas para que sua iniciativa seja um sucesso do começo ao fim.

Qual a diferença entre mentoria e coaching?

Essa é uma dúvida clássica e entender a diferença é crucial. A mentoria para jovens é focada no desenvolvimento de carreira a longo prazo. É uma relação de troca, na qual o mentor, alguém mais experiente, compartilha suas próprias vivências, erros e acertos para guiar o mentorado. É um papo reto, baseado em experiência real.
O coaching, por outro lado, é um processo bem mais estruturado, com começo, meio e fim. O foco está em atingir metas específicas em um curto ou médio prazo. O coach não precisa ser um especialista na área do cliente; ele usa ferramentas e perguntas poderosas para que a própria pessoa encontre as respostas e crie um plano de ação.

Um programa de mentoria funciona para empresas pequenas?

Com certeza! Aliás, em empresas menores, um programa de mentoria pode ter um impacto ainda maior. A proximidade natural entre as pessoas facilita a conexão entre líderes experientes e os talentos que estão começando.
O programa não precisa ser uma estrutura complexa e cara. Pode ser algo mais informal, mas, para dar certo, precisa de alguns pontos-chave:
  • Objetivos claros: O que a empresa e os jovens esperam alcançar com isso?
  • Encontros regulares: Uma frequência mínima é essencial para a relação amadurecer.
  • Apoio da liderança: Mesmo que seja um apoio simbólico, ele valida a iniciativa.
É uma das formas mais eficientes, com baixo custo e alto impacto, para desenvolver e, principalmente, reter talentos em qualquer empresa, não importa o tamanho.

Como convencer a liderança a aprovar o programa?

Para conseguir o "sim" da diretoria, você precisa falar a língua do negócio. Deixe de lado o discurso focado apenas no "bem-estar" e apresente a mentoria como um investimento estratégico, com retorno que dá para medir.
Monte um caso de negócio que mostre como a iniciativa vai:
  • Reduzir a rotatividade: Apresente dados sobre o custo de perder um talento e como a mentoria aumenta as taxas de retenção.
  • Acelerar a produtividade: Mostre que um jovem com um mentor atinge seu potencial máximo muito mais rápido.
  • Formar líderes dentro de casa: Destaque que o programa cria um "celeiro" de futuras lideranças, o que é bem mais barato do que contratar no mercado.
  • Blindar a cultura: Use a mentoria como um argumento para fortalecer os valores da empresa na prática.
Use dados e estatísticas para provar seu ponto. Apresente a mentoria para jovens não como uma despesa, mas como uma ferramenta de gestão de talentos com um claro retorno sobre o investimento (ROI).

O que fazer se um mentor e um mentorado não se derem bem?

Acontece, e é perfeitamente normal. Forçar uma parceria sem química é perda de tempo e frustrante para os dois lados. O segredo é ter um plano para lidar com isso de forma transparente e profissional.
Primeiro, crie um canal de comunicação seguro para que tanto o mentor quanto o mentorado possam sinalizar essa dificuldade sem medo ou constrangimento. Quando acontecer, converse com cada um separadamente para entender o que está pegando.
Na maioria das vezes, o problema não é pessoal. Pode ser um desalinhamento de perfil, de estilo de comunicação ou de expectativas. Se ficar claro que a dupla não vai funcionar, ofereça a chance de um "re-matching". É muito melhor ajustar a rota e encontrar uma nova combinação do que insistir em algo que não vai levar a lugar nenhum.
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Saiba Mais

Escrito por

Diego Cidade
Diego Cidade

CEO da Academia do Universitário

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