Ansiedade é algo que vem se tornando cada vez mais presente para o ser humano. Junte a ansiedade e a vida na faculdade em plena pandemia e incertezas geradas.
No contexto como um todo, é provável que você possa se sentir ansioso(a) quando enquanto aguarda a resposta de uma vaga de emprego, durante aquela final de campeonato ou até mesmo esperando por aquele último episódio da sua série favorita.
O problema é quando isso acaba se tornando rotineiro no seu cotidiano.
A ansiedade, assim como inúmeras outras questões, se for algo em excesso, pode acarretar em sérios problemas para você mesmo.
Sabemos que estamos vivendo um momento muito delicado, devido à pandemia por conta do COVID-19.
O isolamento social tem se tornou obrigatório em vários estados do Brasil e, através de alguns estudos, podemos ver a diferença de comportamento da população causada por tal fato.
Um olhar científico e do cotidiano
Uma pesquisa feita pela Fiocruz (Fundação Oswaldo Cruz), em parceria com a UFMG (Universidade Federal de Minas Gerais) e a Unicamp (Universidade Estadual de Campinas), indica que o número de sintomas depressivos da população, como a ansiedade, vêm crescendo, assim como o consumo de drogas e álcool.
Segundo a pesquisa, ltados, 40% dos entrevistados se sentiram tristes ou deprimidos e 54% se sentiram ansiosos ou nervosos frequentemente.
Os percentuais foram ainda maiores entre adultos jovens (na faixa de 18 a 29 anos): 54% e 70%, respectivamente.
A ansiedade está presente em vários momentos como dito acima, e não poderia ser diferente na vida acadêmica. Por isso, frases como as listadas abaixo são muito comuns:
- “Será que vou conseguir aquela vaga de estágio?”
- “Será que consegui tirar a nota que eu precisava?”
- “A prova é hoje? Socorro!!!”
- “Tenho 3 provas e 2 trabalhos essa semana, o que eu vou fazer?”
- “Falta quantos anos para me formar mesmo?”
Ilustrações das emoções do estudante universitário ansioso.
Cuidado para não quebrar como uma casca de ovo em?
Nós, da Farol Universitário, sabemos o quanto tais problemas estão presentes no cotidiano de universitários. Por isso, fizemos essa entrevista especialmente para que você ou amigos(as), compreendam mais sobre o assunto.
Um olhar profissional sobre a ansiedade
Em virtude da importância do tema, trouxemos um especialista da área de psicologia para conversarmos sobre o assunto.
Conheça o nosso entrevistado: Germano André Alves de Oliveira, CRP 06/146521. Acompanhe o trabalho do Germano mais de perto! Siga: @psicogermano
Para começar, poderia nos contar um pouco sobre você? Porquê a psicologia? Nos fale um pouquinho sobre a sua carreira.
Meu nome é Germano, sou psicólogo formado pela Unifesp em 2017, trabalho na área clínica na cidade de Fartura-SP e de Taquarituba-SP seguindo a abordagem terapia cognitiva comportamental (TCC).
Nesse meio tempo, fiz trabalho voluntário na área hospitalar com cuidados paliativos e recentemente fui contrato na APAE de Taquarituba-SP.
Escolhi a psicologia seguindo o meu coração e descobri que ela vai muito além daquilo que imaginava.
Ela está em todos os lugares, com os pensamentos e comportamentos de todas as pessoas, na vida pessoal bem como na profissional.
Agora, entrando um pouco no assunto que queremos abordar, poderia nos explicar o que é a ansiedade?
G: A ansiedade é um sentimento vago e desagradável, que trás muito medo e preocupação, causando uma tensão e desconforto que advém do indivíduo querer antecipar um evento ou algo desconhecido.
Ela é uma reação normal, que todos os seres humanos precisam ter. É um estado de alerta que, a princípio, avisa quando algo não está certo, preparando o corpo para um “perigo”.
O problema surge quando a ansiedade começa a se apresentar com sintomas por longos períodos de tempo, interferindo no cotidiano.
Dessa forma, ela passa a ser doentia, quando o medo causa uma preocupação excessiva ou uma expectativa de apreensão e, em seguida, gera a sensação de não ter controle do que pensa e do que sente, interferindo na qualidade de vida.
Como você acha que a ansiedade pode afetar o desempenho acadêmico do universitário?
G: Então, como a ansiedade está relacionada com o medo e preocupação, o universitário, que fica pensando muito no futuro, pode ser afetado.
Por exemplo, podemos facilmente identificar ansiedade em jovens devido à preocupação com o rendimento acadêmico ou futuro profissional
A pressão recebida pelos professores e da sociedade, as altas expectativas e à falta do preparo psicológico podem ser gatilhos da ansiedade.
Para os universitários que estão iniciando os estudos, existe o aumento de responsabilidades, solidão e a necessidade de iniciar uma nova rede de contatos.
Com isso, estes gatilhos podem gerar os sintomas físicos e mentais da ansiedade, fazendo com que o aluno tenha uma queda no desempenho escolar.
Na sua opinião, o cenário atual faz com que a ansiedade se torne mais comum nos universitários?
G: A ansiedade causa pensamentos automáticos, ao pensar em alguma antecipação do futuro, o cérebro cria imagens e você acredita naquilo.
Depois, começa a vivenciar como se aquilo estivesse acontecendo.
O isolamento, o medo, a incerteza, o caos econômico podem causar sofrimento psicológico, já que a pessoa não tem controle sobre aquilo que vai acontecer…
A ansiedade está com todos, o mundo saiu da zona de conforto e, por isso, estamos vivendo das incertezas, limitações e perdas em todos os aspectos e sendo obrigado a lidar com o tempo de uma nova maneira.
Seja como for, o mais importante é olhar o aqui e o agora, questionar o que se pode fazer de melhor e como aproveitar as pessoas ao redor de uma forma positiva.
Isolamento não significa distância total de quem gostamos ou amamos.
Como o universitário poderia prevenir essa situação ou até mesmo controlá-la?
G: Bom, uma dica muito importante além de pensar mais no momento em que se está vivendo é realizar exercícios de respiração diafragma ou atividades físicas.
Contudo, essa ansiedade precisa de tratamento para que os sintomas diminuam e não prejudique a vida do indivíduo com um tratamento muito intensivo e repentino.
Algumas universidades/faculdades tem a sua própria rede de apoio para ajudar os alunos.
A terapia on-line tem sido uma ótima saída para ajudar as pessoas a diminuírem os sintomas da ansiedade.
Como conversamos, estar no aqui e agora é essencial para que todos prática aconteça. Pois, o indivíduo só vai precisar estar em lugar confortável para conversar e com internet segura.
Por fim, não se esqueça de parar, respirar e tomar um tempo para você. Lidar com problemas faz parte de “virar gente grande” , mas não precisa ser feito sem ajuda.